Panorama UBRAFE 2024 - 2° Semestre

12 PANORAMA UBRAFE 2024 | FEIRAS E EVENTOS DE NEGÓCIOS |FAIRS AND BUSINESS EVENTS | FERIAS Y EVENTOS EMPRESARIALES Entre tantos temas relacionados ao setor de eventos comerciais, dois merecem ser especialmente celebrados: as concessões de espaços antes administrados pelo poder público e hoje recuperados por meio de investimentos privados, e a inclusão das feiras no calendário de eventos estratégicos da cidade de São Paulo em 2024. Sem espaços adequados, os custos de montagem de um evento, de qualquer tipo, ficam prejudicados. Durante a pandemia São Paulo empreendeu movimentos que, no retorno às rotinas do mercado, se apresentam como extremamente acertados: as concessões do Estádio do Pacaembu, em projeto que tem na realização de eventos um de seus pilares; e do Anhembi, nome que dispensa apresentações. A entrega da primeira fase do Distrito Anhembi, no final de junho, é um marco na história dos grandes eventos comerciais e do turismo de negócios na cidade de São Paulo. Idealizado no final dos anos 60 por Caio de Alcântara Machado, como Centro Interamericano de Feiras e Salões, inaugurado em 1970 com o Pavilhão de Exposições do Anhembi, moldou o desenvolvimento do mercado de feiras no Brasil. Foi praticamente o único endereço com grandes áreas durante muitos anos. Em momentos de intensa atividade chegou a responder, sozinho, por boa parte da ocupação hoteleira na capital. Em 1974 a administração foi assumida pela Prefeitura, situação que durou até janeiro de 2021, quando foi homologada a concessão para uma administradora privada. Além do pavilhão de feiras, o Distrito Anhembi renovou o Palácio de Convenções de tão bons serviços prestados à cultura e ao entretenimento. Foi reformado, preservando o conforto e a comodidade para eventos com público sentado. As obras com recursos privados totalizaram R$ 620 milhões — de um total estimado em R$ 1,5 bilhão até o final das principais intervenções. O contrato de concessão tem duração de 30 anos. Findo o período, o equipamento retorna à administração municipal. Já o Pacaembu deve concluir as obras no segundo semestre, entregando à cidade e ao mercado, além do estádio, um módulo de eventos com localização estratégica. Essas concessões materializam algo pouco comum no setor público: se posicionar — e ser visto— efetivamente como gerador de valor. A práxis indica o contrário: a eficiência é contraposta à burocracia e aos necessários instrumentos de controle. A criação de valor deve ser o objetivo dos gestores públicos. Não se trata de lucro, métrica privada, mas da entrega de resultados que se transformarão em recursos a serem alocados nas carências sociais, promovendo efetivamente maior igualdade. Esse mesmo conceito — de criar valor por meio de decisões e movimentos que não gerem despesas — pode ser aplicado à decisão de incluir parte das grandes feiras comerciais no calendário de eventos estratégicos da cidade. Sabemos que este ainda não é o modelo ideal; porém temos que reconhecer o avanço e, mais que isso, o canal aberto para a construção conjunta de soluções que contribuam com o desenvolvimento do setor. Gustavo Pires é presidente da São Paulo Turismo/SPTuris, empresa da Prefeitura de São Paulo JUNTOS, PELO DESENVOLVIMENTO DO MERCADO

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